Estátua de Leonardo da Vinci em Milão, Itália Foto: fa73 via photpin CC |
O Renascentismo - do século XIV ao XVI -, foi um período de grande produção intelectual vivido pelos europeus após a Idade Média que redefiniu a sociedade ocidental. O termo ficara conhecido após Giorgio Vasari; pintor, arquiteto e célebre biógrafo italiano, usá-lo já no século XVI. E, em meio ao período Pós Idade Média, surgira a mente mais versátil de toda história: Leonardo di Ser Piero da Vinci.
"De tempos em tempos, o Céu nos envia alguém que não é apenas humano, mas também divino, de modo que através de seu espírito e da superioridade de sua inteligência, possamos atingir o Céu." - Giorgio Vasari.Na Grécia Antiga, Heráclito, filósofo grego, usou o termo polímata (do grego polymathía), pela primeira vez, para criticar Homero, célebre poeta grego, em cuja versatilidade intelectual tornava o discurso raso. Para Heráclito, não se poderia abraçar um discurso generalista, ou dissertar sobre aquilo que não se tem conhecimento de fato. Porém, diferentemente de Homero, da Vinci gozava de versatilidade e profundidade intelectual em várias áreas do conhecimento, de modo que deixara um legado imenso em campos distintos do conhecimento humano como arquitetura, engenharia, medicina.
Nascido em Anchiano (1452), um vilarejo da província de Florença, o maior polímata da história foi criado pelos seus pais Ser Piero da Vinci e a camponesa Caterina. Desde os quatro anos de idade Leonardo obteve uma educação refinada através de professores particulares escolhidos minuciosamente por seus avós paternos, visto que na época apenas a burguesia tinha acesso ao ensino em escolas tradicionais. A partir dos 12 anos de idade, Ser Piero enviara seu filho à Florença para aprender pintura e escultura com o seu amigo Andrea del Verrocchio, famoso artista na região. Porém o caminho à Florença não o levara apenas ao conhecimento das técnicas de pintura e escultura. Lá, Leonardo da Vinci aprendera arquitetura, engenharia aplicada, música, poesia, entre outras bases do conhecimento.
Livro De Divina Proportione, 1509. Ilustrado por Leonardo da Vinci. Foto: paxelsson via Google, CC |
A fim de melhorar suas habilidades como pintor e escultor, Leonardo dispusera-se a estudar anatomia e botânica. Como sua curiosidade era infindável, o renascentista italiano buscara aprimorar, também, seus conhecimentos matemáticos para melhorar os resultados de seus projetos de engenharia e arquitetura. Luca Pacioli, monge itinerante, foi quem lhe ensinou as bases necessárias da matemática para resolver os problemas que o rodeavam. Foi com Luca Pacioli, também, que Leonardo da Vinci publicara o livro "De Divina Proportione", 1509.
A figura do homem renascentista está representada na história por Leonardo da Vinci. As características de um polímata nunca foram tão bem representadas como no período da renascença. Para Leon Battista Alberti, outro renascentista italiano, "um homem pode ser todas as coisas que quiser". E não há citação melhor para explicar o que foi a renascença, que se baseava no "humanismo renascentista", movimento intelectual que considerava o homem forte e ilimitado capaz de desenvolver suas habilidades ao máximo. Ao longo da história, houveram outros polímatas que se sobressaíram perante a sociedade como Nikola Tesla, inventor nascido no antigo Império Austríaco, e Isaac Asimov, escritor e bioquímico nascido na Rússia. No Brasil, polímatas de destaque foram Rui Barbosa; escritor, jurista, filólogo, diplomata, orador, e Mário de Andrade; musicólogo, poeta, fotógrafo.